16.3.12

Vivo

Portanto, de tempos a tempos regressava a essa sua ideia de começar algo que não iria nunca terminar. Pensava se isso era um problema seu ou uma consequência cultural do país onde vivia. As coisas que não acabam sucedem-se às coisas que nunca chegam sequer a começar. Os melhores tempos eram aqueles em que não pensava, sequer, nisso. Não pensava nem nos seus atos, nem na origem deles. Vivia um pouco mais vazio de significados e um pouco mais cheio de sentidos para o futuro. Ou talvez fosse ao contrário. De qualquer maneira, ele ainda estava vivo.